Rio -  Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2012, que ocorre até domingo em todo o país, entidades públicas e privadas discutem o papel da tecnologia e da inovação como forma de incentivar os micro e pequenos empresários tornarem-se mais competitivos. Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza, temas deste ano da Semana Nacional, são o ponto de partida para a realização de uma série de eventos no Estado do Rio, promovidos pelo Sebrae-RJ.

A entidade de apoio a pequeno e microempresa promove, em diversas cidades do estado, consultorias coletivas, workshops e palestras gratuitas sobre eficiência energética, redução de custo e ganho de competitividade com resíduos, inovação em crédito e sustentabilidade, boas práticas na manipulação de alimentos, destinação de resíduos eletrônicos, entre outros temas.

Após participar do Programa de Alimentos Seguros do Sebrae/RJ, Afonso Celso Ferro melhorou os processos internos da loja e viu aumentar a clientela da delicatessen Lucaddeli | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Após participar do Programa de Alimentos Seguros do Sebrae/RJ, Afonso Celso Ferro melhorou os processos internos da loja e viu aumentar a clientela da delicatessen Lucaddeli | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

Já a Academia Brasileira de Ciências, em parceria com a Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, apresentou ontem na Coppe/UFRJ o simpósio ‘Cientistas nas empresas: transformando conhecimento em produtos de valor agregado’, com a participação dos principais grupos que hoje ocupam o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“O pequeno empresário não investe em inovação. E esse pode ser todo o diferencial”, diz Afonso Celso Ferro, da delicatessen Lucaddeli.

Nem sempre a inovação requer grandes recursos

Ex-funcionários do Serpro, há 12 anos Afonso Celso Ferro e Walter Ferreira Ribeiro Junior largaram uma promissora carreira na empresa federal de processamento de dados para apostar num negócio próprio. Os sócios inauguraram no Centro do Rio a delicatessen Lucaddeli, apostando num nicho de consumo. “Aprendemos a gerenciar um restaurante no dia a dia. Como sempre fomos organizados, o negócio deu certo. Mas também optamos por investir na nossa qualificação e dos funcionários para melhor atender ao cliente”, confirma Afonso Celso.

Há dois anos, eles participaram do Programa de Alimentos Seguros do Sebrae/RJ, onde aprenderam a implementar as boas práticas de produção de alimentos e, consequentemente, melhoraram ainda mais a qualidade dos produtos oferecidos e o atendimento ao público. No local, por exemplo, só é utilizado álcool 70, por meio de vaporização, para limpeza do ambiente e dos produtos. “É um diferencial que pouco se vê nas empresas”, diz o sócio.

Valor intangível

Conforme Afonso Celso, o custo de insumo é alto, mas o retorno comercial é grande, pois os clientes aprovam e recomendam a casa para amigos. “O reconhecimento é valor intangível”, acrescenta.

Gerente de Inovação e Acesso à Tecnologia do Sebrae-RJ, Ricardo Wargas afirma que nem sempre é necessário ter muitos recursos para investir em inovação. “Tem setores em que a tecnologia não é tão intensa. No setor de alimentação, por exemplo, a adoção de boas práticas pode melhorar em muito a qualidade dos produtos e serviços”, afirma o executivo.

De acordo com Wargas, às vezes, com pequenas mudanças os resultados são bastante positivos: reposicionar os produtos nas prateleiras, aperfeiçoar as embalagens e melhorar o letreiro.

“A inovação tem que estar na pauta do dia a dia do empresário. Ele deve adotar o processo de gestão e criar uma agenda de inovação, estimulando também os funcionários a terem um olhar que promova mudanças no estabelecimento”, ensina Wargas.

Segundo o gerente do Sebrae-RJ, outros setores estimulam mais adoção da tecnologia, como áreas estratégias de energia, biotecnologia, metal-mecânica e de tecnologia da informação, entre outros.