Após participar do Programa de Alimentos Seguros do Sebrae/RJ, Afonso Celso Ferro melhorou os processos internos da loja e viu aumentar a clientela da delicatessen Lucaddeli | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Nem sempre a inovação requer grandes recursos
Ex-funcionários do Serpro, há 12 anos Afonso Celso Ferro e Walter Ferreira Ribeiro Junior largaram uma promissora carreira na empresa federal de processamento de dados para apostar num negócio próprio. Os sócios inauguraram no Centro do Rio a delicatessen Lucaddeli, apostando num nicho de consumo. “Aprendemos a gerenciar um restaurante no dia a dia. Como sempre fomos organizados, o negócio deu certo. Mas também optamos por investir na nossa qualificação e dos funcionários para melhor atender ao cliente”, confirma Afonso Celso.
Há dois anos, eles participaram do Programa de Alimentos Seguros do Sebrae/RJ, onde aprenderam a implementar as boas práticas de produção de alimentos e, consequentemente, melhoraram ainda mais a qualidade dos produtos oferecidos e o atendimento ao público. No local, por exemplo, só é utilizado álcool 70, por meio de vaporização, para limpeza do ambiente e dos produtos. “É um diferencial que pouco se vê nas empresas”, diz o sócio.
Valor intangível
Conforme Afonso Celso, o custo de insumo é alto, mas o retorno comercial é grande, pois os clientes aprovam e recomendam a casa para amigos. “O reconhecimento é valor intangível”, acrescenta.
Gerente de Inovação e Acesso à Tecnologia do Sebrae-RJ, Ricardo Wargas afirma que nem sempre é necessário ter muitos recursos para investir em inovação. “Tem setores em que a tecnologia não é tão intensa. No setor de alimentação, por exemplo, a adoção de boas práticas pode melhorar em muito a qualidade dos produtos e serviços”, afirma o executivo.
De acordo com Wargas, às vezes, com pequenas mudanças os resultados são bastante positivos: reposicionar os produtos nas prateleiras, aperfeiçoar as embalagens e melhorar o letreiro.
“A inovação tem que estar na pauta do dia a dia do empresário. Ele deve adotar o processo de gestão e criar uma agenda de inovação, estimulando também os funcionários a terem um olhar que promova mudanças no estabelecimento”, ensina Wargas.
Segundo o gerente do Sebrae-RJ, outros setores estimulam mais adoção da tecnologia, como áreas estratégias de energia, biotecnologia, metal-mecânica e de tecnologia da informação, entre outros.